Tuesday, April 24, 2012

EXAME METALOGRÁFICO

O Escriba Valdemir Mota de Menezes, como policial judiciário tem constantemente contato com laudos de perícia onde chassis e motores de veiculos passam pelo exame metalográfico para determinar o verdadeiro numero de indentificação destas peças. O teo abaixo explica como é feito este exame.


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EXAME METALOGRÁFICO

Pode fornecer dados de como a peça foi fabricada, de suas propriedades e de sua homogeneidade, uma vez que consiste na visualização da macro e/ou microestrutura do material.

MACROGRAFIA

O exame da macroestrutura da peça ou da amostra é feito à olho nú ou com ampliação máxima de 10x.
Permite a obtenção de informações gerais sobre a peça como:
Homogeneidade do material da peça
Análise da distribuição de impurezas
Análise de macro-defeitos de fabricação
Análise de tamanho de grão (para peças de granulação grosseira),...

MICROGRAFIA

O exame da microestrutura da peça ou da amostra é feita com o auxílio de um microscópio (óptico, eletrônico, força atômica,...)
Permite a obtenção de informações mais detalhadas como:
Análise da natureza, quantidade, distribuição e forma dos diversos constituintes
Análise de micro-defeitos de fabricação (microfissuras)
Análise de tamanho de grão
Determinação da presença ou não de inclusões
Análise da superfície de fratura,...

TÉCNICAS METALOGRÁFICAS

1.Técnicas Macrográficas: procedimento para observação da macroestrutura
2.Técnicas Micrográficas: procedimento para observação da microestrutura

1- Técnicas Macrográficas

PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA PARA MACROGRAFIA
A.Escolha da localização a ser examinada e corte do corpo de prova (se necessário)
B.Preparação do corpo de prova para obtenção de uma superfície plana e polida
C.Ataque químico apropriado

RECOMENDAÇÕES GERAIS:

Antes de proceder ao corte do CP, fazer um levantamento do histórico do material:
Inspeção visual preliminar cuidadosa, como superfície de fratura ou de corrosão e outros vestígios superficiais,
Se possível, determinar os processos de fabricação nos quais a peça foi submetida (forjamento, metalurgia do pó, fundição, usinagem, etc...), embora a macrografia possa fornecer informações sobre o processo de fabricação,
Verificar se a peça passou ou não por tratamentos térmicos, termoquímicos, químicos ou mecânicos posteriores.
Verificar se a peça passou por processos de soldagem ou montagem
Verificar se a peça tem marcas especiais, como por exemplo de pancadas,
Muitas vezes é necessário fotografar e/ou desenhar a peça antes de proceder o corte.
Medidas de dureza podem dar indicações dos processos usados na fabricação da peça .
A determinação prévia da composição química pode ser importante em alguns casos

A- Escolha da localização e seção a ser examinada para o corte do corpo de prova (se necessário)
Os tipos de corte mais comuns são: longitudinal e transversal
(Veja exemplos de cortes mais apropriados para determinados fins)

B-Preparação do corpo de prova para obtenção de uma superfície plana e polida

Corte: em geral usa-se serras com abrasivos (diamantadas) de corte externo.
Polimento: em geral usa-se lixas dágua com abrasivo de SiC
OBSERVAÇÕES:
O corte deve ser o mais lento possível e com refrigeração, para evitar modificações na macro e microestrutura do material e encruamento da superfície.
O polimento não deve ser especular, porque torna mais difícil o ataque uma vez que o reativo não molha por igual a superfície. Além disso é difícil de se fotografar uma superfície especular.

C-Ataque químico apropriado
O ataque químico evidência as heterogeneidades presentes no material (como diferenças na composição química e na estrutura cristalina).
O ataque químico pode ser feito:
Por imersão do corpo de prova no reativo ou reagente (ataque por imersão)
Usando um chumaço de algodão ou pincel para estender o reativo sobre a seção de interesse (ataque por aplicação)
O ataque químico pode durar desde alguns segundos até mesmos dias.
Imediatamente após o ataque os corpos de prova devem ser lavados em água abundante e secos.
O ataque químico em algumas vezes pode ser bastante profundo, podendo prejudicar analises posteriores, como a micrografia)
Descuidos no polimento e no ataque podem levar a interpretações erradas dos resultados
- Exemplos de reativos químicos para aços:

Impressão direta de Baumann usado para revelar as linhas de Lüdders (Linhas de deformação).
Usa um papel fotográfico comum (com AgBr), o papel é imerso em uma solução de de 1-5% de H2S04 e aplicado sobre a superfície polida. Depois de 5 minutos o papel é colocado em um fixador de hipoclorito de sódio por 10 min. E depois lavado em água corrente.
Mecanismo de revelação das as linhas de Lüdders:
As regiões ricas em sulfuretos reagem com o H2S04 que reage com o AgBr produzindo sulfureto de prata (marrom) que fica impregnado no papel.

ELEANI M. DA COSTA

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